O professor de agramática
"Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer
nas
leituras não era a beleza das frases, mas a
doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu
Preceptor, esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é
muito saudável, o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é
doença, pode muito que você carregue para o resto da vida um certo
gosto por nadas…
E se riu.
Você não é de bugre? – ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda
em estradas -
Pois é nos desvios que encontra as
melhores surpresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor
de agramática."
(Manoel de Barros)
Estimados professores,
Esse poema é uma homenagem a todos vocês, que no dia a dia "limpam" os receios dos estudantes e valorizam a "genialidade" dos desvios.
Na segunda-feira, estaremos oferecendo um lanche especial na sala 24, durante os intervalos, nos três turnos. Aguardamos a todos!
Um forte abraço da equipe do pedagógico, da direção de ensino, dos coordenadores de curso e da direção geral.
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